segunda-feira, 27 de outubro de 2008

E se quisessem ser a Pequena Sereia?!

Esta mania que as pessoas têm de andar à procura do príncipe encantado é uma coisa que me revolta as entranhas. Não por andarem à procura, que eu ando sempre à procura de alguma coisa: ou das chaves do carro, ou do elástico do cabelo, ou do telemóvel (é o que dá não seguir os conselhos de um amigo e não numerar os items!), mas por andarem à procura de uma coisa que não existe! Há quem passe a vida inteira à procura de tesouros e também não os encontra, mas pelo menos divertem-se pelo caminho! Estas pessoas passam a vida inteira a olhar para outras pessoas e a verificar, ponto por ponto, se correspondem aos requisitos que têm apontados num pedaço de papel, já amarelo, sem o qual nunca saem de casa, e que são muito parecidos com os “requisitos dos príncipes” das histórias que nos liam em crianças. Sentadas num café ou em qualquer outro sítio com grande amplitude visual, sacam do dito papelinho e, de caneta em riste, começam: “Ponto 1: Moreno, certo!; Ponto 2: 1,80m… huummm...tem 1,65m mas serve, parece mais alto… certo! Ponto 3: cavalo: Foda-se! Menos um…!”. Quando finalmente descobrem alguém que preenche mais de 60% dos requisitos, fazem o número do sapatinho, do beicinho, do vestido de gala e depois, invariavelmente, voltam ao pedacinho de papel para começar tudo de novo… E é a isto, meus amigos, que eu chamo de “Síndrome da Gata Borralheira”. Mulheres para quem a felicidade é o jogo da procura, da descoberta, da frustração e de nova procura. Sei de muito boa gente que se sentiria feliz com uma bola de gelado de baunilha, uma tarde num spa ou 3 meses de férias. Mesmo com a procura, a descoberta e a nova procura dessas coisas. Agora com um príncipe encantado?... Que trabalheira! O que me leva à pergunta que me assola há dias o espírito: Se a infância daquelas pessoas tivesse sido a ler a Pequena Sereia, andavam para aí de barbatana e a dar ao rabo?!

2 comentários:

ah pois é! disse...

o problema dessa sereia ( cá para mim) é que os tipos percebem que ela também nao preenche os riquisitos.
É como a menina do mar....imita as meninas da cidade e depois com dois minutos de conversa apercebem-se que ela os enganou!
eles pensam que é uma coisa ... e depois tomam consciência que essa "coisa" é única e que não se consegue imitar :)

Anónimo disse...

eu só quero é foder.disse
M.H.